Bruno Bruni zera as bad vibes com "Banho de Sal"

Após um hiato de dois anos pandêmicos sem lançamentos, o pianista e produtor musical recentemente ressurgiu com o anúncio do seu segundo álbum de inéditas, Broovin II. O comunicado à imprensa veio acompanhado do primeiro single de trabalho, "A Onda". Com a iminente volta dos shows e do convívio social, a mensagem otimista da música não é por acaso: "A Onda ilustra um certo estado de espírito do disco... Um êxtase e uma euforia em cada nota. A festa que acontece dentro do peito é como eu me sinto fazendo música todo dia. Na busca pelo som. Isso é sempre uma coisa boa que não sai da cabeça. Um sentimento que me persegue todo dia é querer estar vivo e movido por música. É o que eu mais quero, viver e tocar".
Formado em música popular, tecladista onipresente na cena, engenheiro de som e produtor musical na Freak (estúdio e selo independente de SP), Bruno Bruni é um dos proeminentes nomes da nova música brasileira. Com o álbum Broovin de 2018, o multi- instrumentista deu o pontapé inicial em sua carreira solo desenvolvendo arranjos de background jazzístico sobre composições com verso e refrão. O contraste entre o requinte rítmico do jazz com o formato convencional da música pop, resultou numa sonoridade singular de tom alegre e lúdico. Com a maior parte dos instrumentos gravados pelo próprio músico, uma das características marcantes do seu disco debut são as batidas eletrônicas em fórmulas de compasso irregular, grooves do universo jazzístico contemporâneo encontrados na música de Dave Holland, Steve Coleman e Hermeto Pascoal.
Com o lançamento do single "Tocantins" em 2019, o músico indicou a direção que o projeto caminhava, incorporando em sua banda cinco sopros, baixo, guitarra, backing vocals, MPC e bateria acústica. Ainda que acompanhado de um time de músicos de peso, Bruno Bruni continuou compondo e escrevendo as linhas de cada instrumento. A improvisação de seus instrumentistas encontrou espaço entre seus arranjos, com cada nota tocada num time feel específico, como se tudo estivesse ligado a uma corda rítmica (a mesma do disco Broovin).
Como segunda faixa de trabalho do seu novo álbum Broovin II, o multi instrumentista lança hoje "Banho de Sal". A música tem letra escrita e interpretada por Ana Passarinho, cantora também paulistana. Composta no período de quarentena, Ana reflete sobre isolamento social, auto sabotagem, auto cuidado, e a falta de esperança sintomática de quem acompanha os noticiários em tempos de pandemia e governo negacionista. Na canção, a voz de tom sereno e "acolhedor" da cantora, é contrastada com a intensidade da banda. Baixo e bateria groovam e acentuam sobre a harmonia, em uma dinâmica que se intensifica, fazendo com que o todo cresça junto ao final. Saxofones e trompetes revezam entre si em contrapontos, que por vezes, se intensificam do plano de fundo para o plano principal. Repousando ora em acordes que acolhem, ora que provocam. Harmonia e melodia, assim como o groove da cozinha e da percussão, caminham por uma levada de música brasileira. Os acentos no tempo dois do compasso, bem como as síncopes, trazem a sonoridade do samba, presente na levada das congas. Essa sonoridade, contudo, é contrastada pelo background de funk e soul dos músicos da cozinha.
"Banho de Sal" conta com os irmãos Vicente e Felipe Pizzutiello na bateria e baixo, respectivamente, Anderson Quevedo nos saxofones, trompete de Bruno Belasco e percussão de Pedro Luce. A música foi gravada e produzida no estúdio Freak, mixada por Nico Paoliello e masterizada por Arthur Joly.
Agendado para o dia 13/8, o lançamento do álbum Broovin II é assinado pela Freak, estúdio de gravação e selo de artistas como: Garotas Suecas, 2de1, Felipe S., Mel Azul, Moblins, Viratempo, LETO, VRUUMM, Batuc Banzeiro, entre outros.
Escute aqui "Banho de Sal":